quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Tela Quente!



Últimamente não tenho tido tempo para ir ao cinema,então não resta outra alternativa se não lembrar de filmes que a Rede Globo adora pasar em sua Tela Quente!

Eu tenho uma coleção de dvds,já são uns 327 titulos originais. E ontem eu estava arrumando quando de repente um filme me chamou a atenção. Tudo Pra Ficar Com Ele,esse filme deve ser o filme que eu mais assisiti. Juro,choro de rir toda vez que assisto,igual a mágica do Chaves(piadas antigas,mas mesmo sim não tem como não ri). Não resisti e assisti,então resolvi falar um pouco sobre esse filme!




TUDO PRA FICAR COM ELE

O título, o pôster e a atriz principal enganam. À primeira vista, tem-se a impressão que Tudo Para Ficar Com Ele é apenas mais uma daquelas comédias de mau gosto dos Irmãos Farrelly, do tipo Quem Vai Ficar com Mary? Felizmente, não é. Mesmo resvalando na baixaria, Tudo Para Ficar Com Ele é muito mais inteligente, criativo e divertido do que qualquer filme dos Farrelly. O que pode não significar muita coisa, mas já é um bom começo.



A trama é centralizada em três belas amigas. Christina é a gostosona do pedaço, tem todos os homens que deseja, mas foge de relacionamentos sérios como diabo da cruz. Courtney quer mais é curtir a vida, enquanto não chega seu príncipe encantado. Se é que ele chegará. E Jane, a mais careta, está em depressão após ter sido dispensada pelo namorado. Quando as três decidem ir a uma danceteria, para levantar o astral de Jane, suas vidas começam a mudar. Christina conhece Peter, um sujeito que, estranhamente, não está desesperado para levá-la para cama logo no primeiro encontro. Jane esquece rapidamente sua dor-de-cotovelo. E Courtney, como sempre, está curtindo tudo. No dia seguinte, Christina não consegue tirar da cabeça aquele rapaz que a esnobou. E o título em português do filme começa a fazer sentido.



Tudo Para Ficar Com Ele chama a atenção por abordar, sem preconceitos, os desejos sexuais femininos. Na maioria das vezes, as comédias com tom erótico são narradas sob o ponto de vista dos homens. Quase sempre são eles os "caçadores". Aqui, a situação se inverte. A roteirista Nancy Pimental - estreando no cinema - não usa meias palavras para deixar claro que as mulheres também caçam, sim. E muito. Os mais conservadores podem estranhar o tom abertamente erótico do filme e não curtir, por exemplo, uma sátira ao filme Fama, em que se faz uma apologia escancarada ao pênis. Mas vale lembrar que Pimental também é roteirista da série de desenhos South Park, em que o escracho corre solto.


O filme deveria ser um filme só para mulheres,mas o sucessos veio também com os homens,que adoram ver as personagens encarando desafios um tanto eróticos,como na divertidissíma cena em que elas entram em um banheiro masculino.
Outra cena que arranca gargalhada de todos e a cena do sexo oral,onde Jane está presa com a boca no pênis de seu namorado que tem um pircieng no local. A cena acaba com várias pessoas cantando a música tema de Armagedon da banda Aerosmith,muito engraçada!!



Mas o pico do filme fica por conta da cena do restaurante,onde as protagonistas dançam e cantam uma música dedicada ao pênis. Com trechos do tipo "Meu corpo é um filme e o seu pênis é o astro!" e " Ele é grande pra caber aqui!" a cena acaba divertindo a todos com uma velhinha dançando,cantando até dando estrelinha. Hilária!


Com direção de Rober Kumble, o mesmo de Segundas Intenções, Tudo Para Ficar Com Ele pode ser uma boa diversão para os menos conservadores ou moralistas.



segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Relíquias Nacionais!!

Hoje eu não irei mostrar para vocês apenas um filme imperdivel,e sim,três super filmes nacionais. Não! Eu não passei o meu dia ontem gastando dinheiro vendo todos esses filmes no cinema. Se bem que eu daria um bom dinheiro para vê-los sempre.
O cinema nacional consegue nos surpreender quando conseguimos vasculhar seu baú e rever certos filmes que nunca foram sucessos,mas que se depender de seus fãs da era digital eles nunca serão esquecidos. Pricipalmente pelo fato de que hoje em dia podemos assisti-los entrando em sites como o Youtube. Sim,eu amo o Youtube!

O Gato De Botas Extraterrestre

O filme conta a história de ser completamente diferente...Charmoso,cauteloso,desajeitado,malandro,alegre,especial,espacial,lunatico e emocionante(pelo menos é o que diz no cartaz do filme,rsrsrs). Um gato extraterrestre,bastante malandro intenta mil mentiras para fazer com que seu dono,um pobre camponês(Mauricio Mattar),se consiga passar por um rico marquês para conquistar o coração da princesa(Flávia Monteiro).

Esse filme foi lançado em 1990,mas só agora está sendo conhecido por muita gente. Eu mesmo só fui assisti-lo essa semana. E adorei ver Flavia Monteiro(nossa eterna professorinha de Chiquititas) contracenando com Mauricio Mattar nesse filme. Eles mesmos passam a imagem de não saber o que estão fazendo naquele filme e que um dia se arrependerão de te-lo feito.

MELHOR CENA:

A cena do casamento é muito divertida pelo fato da atuação dos atores,que tentam passar um ar de seriedade,mas acaba saindo ao contrário.

CURIOSIDADE:

O diretor deste filme está para o cinema como aqueles editores picaretas estão para a literatura amadora que tem que pagar pra fazer qualquer coisa. Ele colocava anúncios no jornal, vc ligava pra fazer testes e em troco enviava uma cartinha para vc ser co-produtor da nova superprodução. Dava como exemplo este O Gato de Botas Extraterrestre. Este cartaz faz sensacionalismo com a maquiagem do gato, feita por um maquiador de Hollywood, o que só piora minhas impressões a respeito da obra.

VALE A PENA ASSISTIR, PORQUE:

Para que Mauricio Mattar e Flavia Monteiro nunca se esqueçam de quanto eram ruins na época desse filme,e o melhor,para que nunca esqueçam que o tenham feito. Fora a péssima atuação e o péssimo roteiro,o filme não tem nada de bom!


Histórias Que Nossas Babá Não Contavam

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Clara das Neves é a princesa a qual a Rainha persegue por ser mais gostosa que ela, segundo seu sacana espelho mágico. Depois de enviar o caçador para matá-la, Clara das Neves vai parar na cabana dos Sete Anões que, acostumados a terem os prazeres do sexo apenas com um dos anões que faz as vezes de mulher, se esbaldam na morena, cada um tendo sua vez, provocando ciúmes no anão rejeitado.

Uma boa comédia dos tempos da "adorada por uns, repudiada por outros" pornochanchada. Um filme que transformou a "inocente" história da Branca de Neve numa atmosfera de pura sacanagem! Filme nacional que marcou uma geração.

Assim como eu, imagino que muitos leitores viram este filme quando tinha uns, sei lá, 12, 13 anos. Para ser mais exato, vi no no SBT, nos tempos que faixa etária na programação da TV aberta era para os fracos. E posso dizer que, naquela idade, ele me rendeu algumas boas horas de... divertimento cultural solitário. Muito bom mesmo. Recomendo e o Costinha está impagável como o caçador.
Hoje, passa de vez em quando na sessão "Como Era Gostoso o Nosso Cinema", do Canal Brasil. Quem tiver oportunidade, assista.

MELHOR CENA:

Eu gostei principalmente das cenas em que o Homossexual Espelho Mágico aparecia. Ele seria um tataravô do Chrinstian Pior do Pânico: esculhambação com classe!

VALE A PENA ASSISTIR, PORQUE:

Por incrível que pareça, o filme tem um fundo histórico como pano de fundo. A Rainha personaliza o Regime Militar que o Brasil sofria na época. Cenas como a instituição dos Atos Institucionais pela Rainha, que eu sinceramente não sei o porquê de não terem sido censuradas, estão lá. Enfim.

Embora faça parte de um gênero escrachado por pseudos-comentaristas de cinema, acredido que trará boas risadas. E se forem adolescentes, caros leitores, só não trarão momentos de diversão solitária porque nos dias de hoje vocês têm toda e qualquer sorte de putaria devidamente arquivada a um clique de mouse. Não será um "reles" filme de 1979 que te proporcionará esta diversão.



Cindelera Baiana



Cinderela Baiana narra a saga de uma menina pobre do Recôncavo Baiano que nasceu burra, não aprendeu nada e ainda esqueceu a metade. E que, mesmo assim, graças à abundância de seus talentos naturais (posteriormente turbinados pelos avanços da medicina), encontra a fama, a riqueza e o amor.

"Cinderela Baiana" (1998) é como "Limite", de Mário Peixoto: uma lenda do cinema nacional, vista por muito poucos. Fracasso de público nos cinemas, relativo sucesso em vídeo, o que atrapalha seu descobrimento pelas novas gerações é um detalhe prosaico: os vhs lançados pela PlayArte possuem proteção anti-cópia Macrovision, o que dificulta a transposição amadora do filme para dvd-r e divx.
Vencido este obstáculo -- ou finalmente legalizado em dvd -- "Cinderela Baiana" reaparecerá como peça intrigante: extremamente tosco para ser levado a sério por seu público-alvo -- as crianças -- e exageradamente ingênuo para ser, de fato, um trash movie cultuado por adultos masoquistas, o meio-termo onde se equilibra faz com que pareça ainda pior e mais despropositado. Nada, mas nada mesmo do que o leitor sofreu até hoje em cinema brasileiro -- nem os momentos mais alegóricos de Glauber Rocha -- consegue chegar próximo ao anti-filme de Conrado Sanchez, construindo a cinebiografia da ex-dançarina do Tchan!, Carla Perez.
Ainda que os dez minutos iniciais lembrem um melodrama (a criança de pé no chão, pedinte na beira da estrada), o que vem a seguir quase mata do coração: depois que sua mãe morre, Carla sofre um amadurecimento relâmpago, e, por contingência no orçamento, a atriz-menina de nove anos desaparece para dar lugar à própria, uma mocetona de vinte e dois, enquanto sabemos que apenas "três anos se passaram..."
Simpática, bem-fornida, a heroína ganha dois amigos (um deles é Lázaro Ramos, no segundo longa de sua carreira), e começa a operar milagres dançando. Quando reclamam de fome, os três tentam roubar um tabuleiro de acarajé. A baiana, com pena, distribui aos jovens seu produto de graça. Mas, curiosamente, apenas os dois rapazes ganham a iguaria -- Carla, que era a mais fraca e faminta, começa a saltitar em frenesi. Assim, consegue que a rua lote de dançarinos e a generosa senhora fature horrores.
Há também Perry Salles, terrível no papel de Pierre, um empresário italiano cafajeste (porque em roteiros simplórios, estrangeiros são sempre inescrupulosos?), que consegue para Carla as primeiras chances na carreira. Em meio à hecatombe do histriônico oportunista e de Carla pra lá e pra cá, ao menos grande parte das bandas de axé music dos anos 90 desfilam incidentalmente, traçando útil e datado panorama do espetáculo das massas.
Fosse sobre axé, o filme ganharia nuances sociológicas e comportamentais. Rodado em Salvador, então, lograria o mérito de descortinar uma cidade cinematográfica, tão bem aproveitada em "O Pagador de Promessas" ou "J.S. Brown". Como a música, o lugar e qualquer outro elemento são acessórios, a única impressão possível é a de jocosa vinheta kitsch, apoiada em uma espécie de desconexão da realidade.
Entre a falta de eixo e os claros problemas financeiros, temos a habilidade interpretativa da atriz principal. Carla às vezes parece ter sincera vontade de rir (eu também acharia graça), quando despeja monólogos oligofrênicos em cenas absurdamente nonsense. Para piorar, surge um partner romântico, o cantor Alexandre Pires -- cujo estilo de interpretação lembra muito o do galã bíblico Victor Mature.
Alexandre humilha os capangas de Pierre, em coreografia revivida de finados telecatches. No final apoteótico, Carla volta de carro importado ao local onde antes pedia esmolas, e discursa emocionada contra "campanhas demagógicas", para em seguida libertar passarinhos da gaiola e improvisar um número de dança. Tal ato gerou até uma comunidade no Orkut, com a foto de Carla em pleno êxtase magnânimo.
"Cinderela" fascina porque também remexe (ops!) forças ocultas: o derradeiro suspiro do cinema da Boca -- afinal, Conrado, o produtor Galante e o montador Éder Mazzini eram crias do longínquo quadrilátero paulistano -- inadequado ao aparato marqueteiro de videoclip que o final dos anos 90 exigia. Mas acreditar que Conrado Sanchez fez esta pérola por ser um cineasta inábil me parece falso: "A Menina e o Estuprador", com Vanessa Alves e Zózimo Bulbul, é barato, ligeiro, e cheio de momentos talentosos.
Já Antônio Polo Galante, que deixou sua marca em quase cem filmes, dispensa apresentações. Talvez o maior produtor da história do cinema brasileiro, podia ter encerrado carreira com o fabuloso "Anjos do Arrabalde", onze anos antes. Tão bisonho e claudicante, seu canto dos cisnes erra até nos créditos: o "baiana" da Cinderela, surge grafado "bahiana". Quem viu, não esquece jamais.


MELHOR CENA:

Sinceramente...O filme todo é imperdivel. Mas a última cena é a que da mais orgulho de ter conseguido assistir a esse filme.

VALE A PENA ASSISTIR, PORQUE:

Só pela personagem principal já se vale ver o filme. Burra como porta,ela solta várias pérolas o filme inteiro. Como na cena em que está com seu empresário e ele a pergunta se ela gostaria de participar da seleção para dançarinas de um famoso cantor. Ela com um belo sorriso no rosto responde,"Seleção? Mas eu não jogo futebol".Uhauhauhauhauhauha É de matar de rir.
Mas o que mais me chamou a atênção foi a pujança do apoteótico final, quando Carla Perez, vestida com trajes de odalisca, desce indignada de seu carro importado, ao se deparar com crianças trabalhando em uma estrada esburacada.Embora o espectador mais atento possa estranhar o porquê daquelas criancinhas estarem empunhando enxadas no meio do asfalto (??), nada é capaz de ofuscar o brilho do discurso social da ex-dançarina do Tchan. Atentem para a cena em que Carla liberta alguns passarinhos para o comovente vôo da liberdade,parafraseando as sapientíssimas palavras: "De que adiantam essas campanhas demagógicas?".
Muito bom!!

Contos de fadas e cinema brasileiro nasceram um para o outro, né? Tanto quanto samba pra alemão tocar em tuba!

Se eu fosse dono de distribuidora de DVD lançaria um Box contendo Cinderela Baiana, Histórias que Nossas Babás Não Contavam e O Gato de Botas Extraterrestre. Depois era só esperar o tilintar das moedinhas!


Espero que tenham gostado das dicas!!