sábado, 27 de fevereiro de 2010

Maravilhas Tecnológicas


Correspondendo todas as expectativas que gerou, “Avatar”, o mais novo e belo trabalho de James Cameron, pode ser considerado, porque não, o melhor filme comercial da década. O êxtase provocado pelas suas quase três horas de projeção fazem do longa um esplendor visual aprazível, que acalenta e encanta, regendo emoções e energizando a alma.

Ainda que o roteiro do próprio diretor, ao mesmo tempo que inova, escorrega em clichês inacreditáveis, não perde o brilho, e tais clichês acabam passando em branco devido a exposição sensorial que o planeta Pandora transmite, com toda magia acerca de um povo, os Na’vi, habitantes vivendo em função da mãe natureza, conservando a beleza bucólica de um verdadeiro paraíso. É a primeira alfinetada aos seres humanos – não se sinta constrangido em sair do cinema com raiva de seus semelhantes – e muitas outras virão.

Filme Avatar


A raça humanóide Na’vi, dotada de uma cultura com idioma (o diretor contratou um linguista para criar um idioma coerente) e crenças, depara-se com o desafio de enfrentar aqueles que vem das alturas, helicópteros e naves de última geração, pilotadas por humanos. Esses que descobriram a existência de um metal cujo valor é bilionário naquele planeta e decidiram, sem demora, extraí-lo. O homem é retratado em sua pior forma, a gana caótica, seu instinto de auto destruição, levado além da Via Láctea no ano de 2156 em que a Terra já não é o bastante.
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Nessa missão, o veterano fuzileiro paraplégico Jake Sully é convocado a assumir o lugar de seu irmão morto, comandando um híbrido Na’vi criado em laboratório a fim de convencer os líderes das tribos de Pandora a facilitar a acessibilidade das máquinas devastadoras. No entanto, não contava com a identificação que sofreria com aquele povo, tendo ainda a possibilidade de seu Avatar devolver o movimento de suas pernas, reconhecendo após valores perdidos e os quais estavam sendo priorizados. A história não surpreende, moraliza, martela em nossa cabeça ao mesmo tempo que desenvolve um relacionamento entre Jake e a personagem mais encantadora da história, Neytiri.



A ação frenética, abre margens ao réquiem de Pandora, numa mitiga narrativa que antecede a destruição. Dividindo as tomadas em filmagens de set e efeitos completamente computadorizados, “Avatar” nos convida para um mergulho em uma outra dimensão, requisitando um olhar aspirante ao quanto estamos vitimizando a terra. Chama-se a atenção a estética tão bem retratada pelo fotógrafo Mauro Fiore, juntamente a direção artística comandada por Nick Bassett.
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Cameron explora detalhes com precisão cirúrgica, fazendo diretores como Michael Bay de “Transformers” pensar em aposentadoria. E se não é o bastante o apuro do contexto, não perde a linha em explorar seus personagens, como Jake abandonando princípios militares ou a cientista Dra. Grace questionando o existencialismo religioso em nome da ciência. O elenco encabeçado por Sam Worthington, divide os créditos com Zoe Saldana, Michelle Rodriguez e claro, Sigourney Weaver, da franquia “Alien”.
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Essa não poderia faltar. “Avatar” amarrara na poltrona quase todos os tipos de público, feliz daqueles que puderam conferir em 3D legendado, desmistificando mitos, através dessa experiência sensorial única, como anteriormente o cinema não havia realizado.







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